Em outubro, durante o segundo dia da conferência promovida pelo Instituto, intitulada “Diálogos sobre estratégias de proteção territorial fronteiriça no Alto Juruá / Yurua / Alto Tamaya” (Brasil-Peru), a comunidade Ashaninka Apiwtxa, juntamente com as comunidades Sawawo e Dulce Gloria, doaram 300 tracajás, tartarugas de papo amarelo nativas da região, para serem criados, conservados e repovoados. Este ato é um testemunho dos esforços colectivos em curso para a preservação da vida selvagem regional.
A tracajá, uma das maiores tartarugas fluviais da América do Sul, pode pesar até 8 kg e tem uma esperança de vida de até 30 anos. Infelizmente, esta espécie sofreu uma grave exploração durante o comércio americano de tartarugas de estimação na década de 1960, o que levou a um declínio drástico da população e à subsequente proibição de importação. Os esforços contínuos de criação e conservação do povo Asháninka têm um impacto significativo na preservação e regeneração da vida selvagem da Amazônia.
Desde 1995, Benki e a comunidade Apiwtxa têm sido exemplares no seu empenhamento na recuperação e gestão local da população de tracajás. Os seus esforços contribuíram com sucesso para a recuperação das populações do rio e da biodiversidade global da região. Até o momento, mais de 15.000 tracajás foram reintroduzidos nos rios.
Fotografias de Stella Ismene.