Uma audiência diversificada reuniu-se na Casa do Tibete, o Centro Cultural de S.A. Dalai Lama, na cidade de Nova Iorque, para uma noite esclarecedora com Benki, onde ele partilhou os seus conhecimentos sobre a mitologia Ashaninka e a forma como os seus antigos sistemas de conhecimento mantiveram intacta a floresta amazónica. Ao fazê-lo, destacou a importância vital de os povos indígenas e não indígenas reconhecerem o carácter sagrado da vida e de todos os seres vivos, a fim de protegerem o nosso ambiente natural.
A mensagem de Benki reside na crença de que todos fazemos parte de uma criação única, tecida pelo espírito do criador. Esta criação é o nosso paraíso – um mundo agraciado com o sol, a lua, a água e o vento. Procurar o paraíso, procurar Deus, é reconhecer que já cá estamos. Na visão de Benki, Deus não está distante, mas reside em nós, pois somos feitos do seu espírito. Somos a sua criação, e este paraíso, com as suas águas, mares, peixes e frutos, é a nossa casa.
“O paraíso é aqui.” Benki
O Benki exortou-nos a compreender que o respeito pelo mundo natural honra a obra do criador.
O discurso de Benki não foi apenas uma palestra, mas um apelo à ação. Foi um convite para assumirmos o nosso papel de guardiães deste paraíso e para reconhecermos que o paraíso não é um sonho distante, mas uma realidade que devemos acarinhar e proteger. Ao fazê-lo, respondeu a uma série de perguntas do público sobre a preservação da floresta, os valores culturais e os conhecimentos medicinais tradicionais da floresta amazónica.
Benki sublinhou que a proteção da Amazónia não é apenas uma questão de preservação ecológica, mas também um imperativo cultural e espiritual para as comunidades indígenas que vivem nesta maravilhosa floresta tropical. A sua sabedoria milenar, transmitida através de gerações, é a chave para manter o delicado equilíbrio deste ecossistema vital e a interligação sagrada que permeia toda a vida, ecoando a sabedoria ancestral dos seus antepassados Ashaninka.
Ben Meeus e Benki Piyãko na Casa do Tibete em Nova Iorque. Foto de Anton Rivette